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First Love/Five Moons

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Desde muito jovem percebi que, apesar de não possuir uma auto confiança digna dos Deuses, gostava de andar sempre olhando para cima, mantendo meus olhos no horizonte. Além deste, se assim pudesse. Longas caminhadas não eram consideradas cansativas. Na realidade, serviam como pretextos para deixar minhas quatro paredes, que em conjunto costumava chamar de "Lar", bem longe de mim.  Não importava se o tempo estivesse frio, não importava se estivesse quente demais; se o vento estivesse tão forte ao ponto de dezorganizar meus cabelos não-previamente organizados; se a chuva fina me fizesse compainha. Nada importava desde que pudesse observar meu objeto de amor. Aquele que representa o infinito. Aquele que está tão longe e ao mesmo tempo tão perto, transmitindo seu calor e sua proteção até mim.  A partir de então descobri que nunca deixaria de o amar independente de sua forma. De suas cores. Azul vibrante em uma manhã de verão, vermelho alaranjado em um pôr do sol de inv...

to my sweet prince.

Posso ver círculos de poeira se formando ao redor das intermináveis cartas de amor que lhe escrevi. Cartas estas que estou lhe enviando pela primeira vez hoje.  Espero que passe seus dedos macios sob as bordas, que segure sua respiração enquanto meu coração é revelado a ti através das paginas. Espero que fique preso a cada palavra e a cada detalhe. Está um dia lindo lá fora. Não o que a maior parte das pessoas consideraria lindo, no entanto: o sol enorme e brilhante aquecendo o universo e o céu maravilhosamente azul. Está lindo para mim. Há sinais de chuva e o céu está sendo engolido lentamente pela cor cinza. Apesar disso, pássaros estão enchendo o ar com o som de suas canções. Sim, o cheiro da chuva e o som dos pássaros fazem com que eu me lembre de sua existência e me sinta completa, livre e em paz. Me agito com a simples ideia de sentir seu calor preenchendo meus braços. Corro minhas mãos sobre a pele que queima onde, um dia, suas marcas foram deixadas. Espero que aprec...

Florescer (Blossom)

A realidade passa diante de meus olhos como se eu estivesse fora dela Tudo está incerto e fora de foco A importância parece não existir. O ambiente está gelado como o inverno de algum país distante. Contento-me em observar, então. Pessoas e seus problemas; Suas tristezas; Os sorrisos espontâneos que ninguém parece perceber. Minha mente sente-se melhor assim: cheia de conteúdos alheios. Quietinha, sem precisar se preocupar com os seus próprios fantasmas... Fantasmas esses que estão correndo dentro dos labirintos de minha cabeça como se o último dia do Mundo estivesse prestes a chegar. Os passos pesados pelos corredores ecoam fortes e graves, o tempo todo. Os monstrinhos estão felizes, deixando fora de lugar tudo aquilo que encontram dentro desta caixinha sem fundo. Parece uma festa interessante, de fato. Mas não faço parte dela. Sou só o espaço alugado. Sou apenas possibilidade. Algo que ainda está para ser. Ainda está para encontrar. E, assim, completar; a mim, a...

Maré

Sempre imaginei a vida como um oceano: as ondas são criadas no centro, no profundo, e vagam para a superfície. Percorrem todo o espaço num ritmo constante de criação e destruição. Uma equação exata e binária que não possui margem para erros. Se a vida é o oceano, então, pessoas tomam o papel das ondas nesta metáfora pouco elaborada: surgem em forma de sentimentos no centro, no profundo, até que percorram todo o caminho para a superfície e assim caiam através borda. Não, esta borda não é feita de areia quente e macia. É feita de esquecimento. De não-lembrança. De não-eternidade. Paradoxos existem, no entanto. Para explicá-los é preciso voltar um pouco no tempo e comentar uma teoria criada por alguém tão lunático quando eu. Ora, caso não saibas, uma vez foi dito que todos somos poeira estelar. As estrelas espandem durante milhões de anos até o dia em que explodem, espalhando suas partículas por toda a galáxia e além. Esses pedacinhos caem em lugares distintos, sendo parte de nossa form...

Summerland

Na priemeira semana, o amor me encontrou. Vivemos dias vibrantes e coloridos, intensos... Como as ondas que dão movimento ao mar do Mediterrâneo. Na segunda semana, nos desentendemos. Nos afastamos e voltamos a nos encontrar, como imãs que se atraem apesar dos obstáculos. Na terceira semana, tudo já havia sido transformado. Uma névoa cinza e gélida pairava sobre nós, deixando uma aura de confusão. Medo. Angústia. Por fim, a quarta e última semana deste longo mês surgiu. Depois de muito tentar, os seres desistem e seguem caminhos diferentes. Esperado. Simples. Natural. Desinteressante. O que ninguém sabia, no entanto, era que ambos estavam indo, inconscientemente, para o mesmo destino: Caminhavam em busca da terra do verão.

Lar

A cada vez que nossos olhos se encontram, algo muda em mim. Algo estranho e novo toma conta, como se um bichinho desastrado acordasse e bagunçasse meu interior, querendo sair. Querendo ser livre. Querendo voar. Memórias  que ainda não vivi me preenchem. Cenários, sentimentos, sensações.  Temos tanto para dizer, tanto para sentir... que acabamos nos permitindo apenas a deixar tudo passar.  Tão perto, mas tão longe.  Uma conexão estranha, feito uma linha invisível nos une em um nível um tanto quanto metafísico.  Inatingível. Incompreensível. Tão perto, mas tão longe.  As constelações em sua face me encantam, como se eu fosse um astronauta que está prestes a embarcar em uma missão. Uma missão fantástica.  Uma missão suicida.  Não me importo, no final, pois espero sim me perder. Espero me perder na esperança de que você se perca também. E encontre em mim o seu lar.