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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Florescer (Blossom)

A realidade passa diante de meus olhos como se eu estivesse fora dela Tudo está incerto e fora de foco A importância parece não existir. O ambiente está gelado como o inverno de algum país distante. Contento-me em observar, então. Pessoas e seus problemas; Suas tristezas; Os sorrisos espontâneos que ninguém parece perceber. Minha mente sente-se melhor assim: cheia de conteúdos alheios. Quietinha, sem precisar se preocupar com os seus próprios fantasmas... Fantasmas esses que estão correndo dentro dos labirintos de minha cabeça como se o último dia do Mundo estivesse prestes a chegar. Os passos pesados pelos corredores ecoam fortes e graves, o tempo todo. Os monstrinhos estão felizes, deixando fora de lugar tudo aquilo que encontram dentro desta caixinha sem fundo. Parece uma festa interessante, de fato. Mas não faço parte dela. Sou só o espaço alugado. Sou apenas possibilidade. Algo que ainda está para ser. Ainda está para encontrar. E, assim, completar; a mim, a...

Maré

Sempre imaginei a vida como um oceano: as ondas são criadas no centro, no profundo, e vagam para a superfície. Percorrem todo o espaço num ritmo constante de criação e destruição. Uma equação exata e binária que não possui margem para erros. Se a vida é o oceano, então, pessoas tomam o papel das ondas nesta metáfora pouco elaborada: surgem em forma de sentimentos no centro, no profundo, até que percorram todo o caminho para a superfície e assim caiam através borda. Não, esta borda não é feita de areia quente e macia. É feita de esquecimento. De não-lembrança. De não-eternidade. Paradoxos existem, no entanto. Para explicá-los é preciso voltar um pouco no tempo e comentar uma teoria criada por alguém tão lunático quando eu. Ora, caso não saibas, uma vez foi dito que todos somos poeira estelar. As estrelas espandem durante milhões de anos até o dia em que explodem, espalhando suas partículas por toda a galáxia e além. Esses pedacinhos caem em lugares distintos, sendo parte de nossa form...

Summerland

Na priemeira semana, o amor me encontrou. Vivemos dias vibrantes e coloridos, intensos... Como as ondas que dão movimento ao mar do Mediterrâneo. Na segunda semana, nos desentendemos. Nos afastamos e voltamos a nos encontrar, como imãs que se atraem apesar dos obstáculos. Na terceira semana, tudo já havia sido transformado. Uma névoa cinza e gélida pairava sobre nós, deixando uma aura de confusão. Medo. Angústia. Por fim, a quarta e última semana deste longo mês surgiu. Depois de muito tentar, os seres desistem e seguem caminhos diferentes. Esperado. Simples. Natural. Desinteressante. O que ninguém sabia, no entanto, era que ambos estavam indo, inconscientemente, para o mesmo destino: Caminhavam em busca da terra do verão.

Lar

A cada vez que nossos olhos se encontram, algo muda em mim. Algo estranho e novo toma conta, como se um bichinho desastrado acordasse e bagunçasse meu interior, querendo sair. Querendo ser livre. Querendo voar. Memórias  que ainda não vivi me preenchem. Cenários, sentimentos, sensações.  Temos tanto para dizer, tanto para sentir... que acabamos nos permitindo apenas a deixar tudo passar.  Tão perto, mas tão longe.  Uma conexão estranha, feito uma linha invisível nos une em um nível um tanto quanto metafísico.  Inatingível. Incompreensível. Tão perto, mas tão longe.  As constelações em sua face me encantam, como se eu fosse um astronauta que está prestes a embarcar em uma missão. Uma missão fantástica.  Uma missão suicida.  Não me importo, no final, pois espero sim me perder. Espero me perder na esperança de que você se perca também. E encontre em mim o seu lar.