Uma eterna Primavera habita o coração dos que amam. Há centenas de anos, em Eras distantes, eu costumava ser o Sol do Inverno. Acolhedor e, ao mesmo tempo, paradoxalmente, intimidador. Morno, suave e, de certa forma, tranquilo. Era como um redemoinho invisível de sentimentos turbulentos e frequências inaudíveis. Ela era como uma Chuva de Verão. Intensa, agradável, objetiva. Envolvente. Era capaz de mudar tudo desde sua menor partícula, se assim fosse de sua vontade. Moldar, esculpir. Escultora de almas. Todos os seres se renderiam diante de sua magnitude encantadora. Era um dia de Outono quando tivemos a chance de nos encontrar. Feliz e infelizmente para ambos. Esta estação fluida, lúcida e sagaz nos obrigou a despir-nos de nossos poderes. Sem nossas capas protetoras, tudo poderia acontecer. E aconteceu. Definitivamente, aconteceu. O mundo pareceu não mais fazer sentido. Seus contrastes se perdiam lentamente. Tudo se tornou feito da mesma matéria. Da mesma essência. Fo...